Se todo mundo parasse por pelo menos alguns instantes antes de falar ou fazer alguma coisa, talvez o mundo vivesse mais tranquilo.
Mas isso definitivamente não é uma característica do seres humanos, pelo menos não da maioria deles.
Tão certo é isso que, no dia da derrota colorada, até tiroteio saiu aqui em Lavras do Sul. Tudo por causa da famosa flauta que tocamos em caso de vexame do rival. Tanto é certo que, em Porto Alegre uma menina gremista levou uma pedrada que abriu o rosto com um corte e, tão certo é que o recém empossado (pela quinta vez) Presidente do Grêmio, Paulo Odone, soltou a língua sem o menor pudor e compostura devidas a um "líder".
A resposta colorada veio pelo texto do nosso atual Presidente Fernando Carvalho, na coluna do Hiltor Mombach do Jornal Correio do Povo que eu - também indignada com as besteiras que o tricolor falou - reproduzo agora, sem cortes e com muito prazer.
"Estamos nós colorados, aqui em Abu Dhabi, centro do mundo futebolístico, onde se disputa o campeonato mundial de clubes, mas não esquecemos de ouvir notícias da nossa terra. Quero saudar nessa linha, como desportista, colorado e adversário, a posse da nova diretoria do nosso co-irmão Grêmio Football Portoalegrense. Em especial o presidente recém empossado, meu amigo Paulo Odone Ribeiro, que em boa hora retorna ao palco futebolístico gaúcho, onde há muito vem fazendo história.
Soube, aqui de longe, que o presidente tricolor, em seu discurso de posse, destinou ao Internacional grande parte da sua dicção. Em todas as vezes depreciando nossa participação no campeonato mundial de clubes de Abu Dhabi, certame que nenhum outro clube gaúcho disputou.
Recebi de vários colorados referências a este respeito e não me contive lembrando as grandes conquistas do presidente gremista em sua história como dirigente. Duas delas, com certeza, foram marcantes, embora o Grêmio não tenha participado: nossa derrota para o Olímpia, em 89, e agora nosso inesperado revés contra o Mazembe africano.
Lembro, também, que o maior título do seu currículo valeu até DVD, e ocorreu em Recife, quando o Grêmio saiu da segunda divisão pela segunda vez. Claro que houve vários títulos gaúchos e uma Copa do Brasil, todavia não tão comemorados. Outras passagens que também recordo me remetem ao Gre-Nal do Século, quando o dirigente Paulo Odone era o presidente tricolor, bem como o Gre-Nal do Brasileirão de 2008, quando anunciou ter ido ao Beira-Rio de patrola e de lá saiu amargando sonoro 4 a 1.
Por último, leitores e colorados, lembro que o maior título da nossa história, o campeonato oficial do mundo, em Yokohama, em 2006, tinha como presidente de nosso grande e centenário rival, meu amigo Paulo Odone, agora novamente entronizado. Se é possível contabilizar como vitória o revés do adversário, na mesma medida é possível contabilizar como derrota seu maior título.
Para nós colorados, é muito melhor perder em Abu Dhabi do que ganhar em Recife."
Prefiro na verdade dizer que muito melhor do que passar o sufoco para subir para a primeira divisão é participar do Mundial de Clubes da Fifa, independente do resultado.